22 de Maio de 2015

Você se considera um recrutador ético?



É uma questão muito antiga: você, como recrutador, é ético? Na busca dos teus objetivos profissionais, em alguns momentos, você deixa de ser plenamente honesto?

As grandes empresas de recrutamento e seleção trabalham atualmente em sua grande maioria utilizando uma estratégia de pagamento de comissões, maiores salários para aqueles profissionais que conseguem fechar uma maior quantidade de vagas. Este cenário acaba fazendo com que os recrutadores fiquem concentrados em quantidade e não em qualidade. Isto ocorre na tua empresa? Você tem sido obrigado a “correr” com teu trabalho deixando a qualidade um pouco (ou muito) de lado?

Este problema é levado ao mundo corporativo na medida em que as grandes empresas recebem esta mentalidade de antigos recrutadores das consultorias de seleção. Evitar esse tipo de dilema ético exige que as empresas adotem novas maneiras de pensar.

As empresas podem desempenhar um papel importante na transformação de recrutadores antiéticos fazendo-os agirem de forma mais ética. Algumas empresas já não medem a “performance” da equipe de recrutamento pela quantidade de contratações . Ao invés disto, a equipe é medida pela qualidade das contratações demonstradas através do desempenho e da aderência a cultura da empresa ao longo do tempo.

O comportamento antiético das empresas não afeta somente a elas próprias mas também os candidatos envolvidos no processo.

Alguns recrutadores esquecem que os candidatos são seres humanos e que se sacrificam deslocando-se para as entrevistas gastando na maioria das vezes tempo e dinheiro. Em outras palavras, se está pensando em atuar de forma antiética tenha certeza que isto gerará consequências.

Não é raro encontrarmos candidatos que passam por processos extremamente longos, com diversas fases e entrevistas e ficam sem receber retorno algum no final. As empresas sequer preocupam-se em utilizar recursos, como a gravação de entrevistas onde o candidato não precisa sair de sua residência ou trabalho, para evitar o abuso do candidato.

Tratar tão mal um candidato não afeta somente a ele, mas também a reputação de sua empresa. Graças a acessibilidade as redes sociais, as empresas começam a enfrentar a ira de candidatos mal tratados. Não é raro encontrarmos profissionais alertando amigos e colegas sobre a postura de determinada empresa sugerindo declinarem de qualquer convite.

Buscar candidatos de uma empresa específica é ético? Sendo bastante honesto, todos sabemos que o “hunting” é uma etapa bastante comum nos processos atuais. Alguns lideres de RH acreditam não ser uma postura ética e que gera grande competição entre a empresa que está caçando e a “caçada”. Isto pode gerar um enfraquecimento de ambas no mercado.

Obviamente que se deve também evitar o pacto entre empresas de não assediarem seus profissionais. Empresas de grande porte como Apple e Google têm sido processadas em alguns países por terem acordo similar. Empresas com esta postura podem causar a longo prazo impacto sobre a economia uma vez que diminuem a empregabilidade dos seus profissionais.

E você? O que pensa sobre este assunto?

Escrito por Renato Tavares