12 de Abril de 2015

A entrevista confronto



Muitos de nós já experimentamos num momento (ou dois) DE nossas vidas em que saímos de uma entrevista totalmente desgastado, encharcado de suor e como se tivéssemos acabado de voltar de um campo de batalha. Em muitos casos, isso ocorre depois da terceira ou quarta entrevista dentro de um mesmo dia e/ou processo, caso em que você começa a se perguntar "Isso realmente vale a pena?". Ou, eventualmente, depois que você foi abruptamente surpreendido com um painel de entrevista com seis gerentes. Acho que podemos nomear isto como “entrevista confronto” - uma entrevista para uma posição que é realizada de forma inconveniente, intensa, desconfortável, desnecessária para todos os envolvidos.

O problema é que existem alguns formatos de entrevistas que eu definiria como de confronto - e eles são usados ​​diariamente, em todo o mundo. Esses formatos incluem (mas não estão limitados a) a entrevista com painel, a entrevista teste ou tarefa, a "interminável" entrevista e a pior de todas, a entrevista stress. Esses tipos de confronto, cheios de ansiedade, demorado não devem ser usados por mais tempo se o objetivo é avaliar os candidatos. Aqui estão as explicações:

Painel de entrevistas – Este tipo de entrevista pode vir a ser uma experiência positiva se o entrevistado é notificado antes do tempo, tiver alguns dias para se preparar e puder se conectar com diferentes membros da equipe. No entanto, a maioria das entrevistas painel ocorre sem aviso prévio, preparada como uma surpresa e geralmente é intimidante e desconfortável. Qual o valor deste cenário? Medir resiliência? Um candidato estressado e ansioso terá dificuldade em demonstrar o que realmente é e o que sabe.

As entrevistas sem fim - Você já ouviu falar (e provavelmente passou por) tudo isso antes: você é chamado para gravar em vídeo uma primeira entrevista, em seguida, uma segunda com alguns líderes, depois uma nova rodada em um local diferente, em seguida, uma quarta via Skype, etc.. A lista é longa. Por que os gerentes de contratação sentem ser necessário entrevistar várias vezes um mesmo candidato? Na maioria das situações, a decisão com relação ao perfil do candidato é tomada dentro dos primeiros minutos após conhecê-lo - aos olhos de ambos, os recrutadores e executivos da equipe contratante. Alongando-se o processo de entrevistas é criado estresse, perda de tempo e dinheiro sendo que o contratante poderia ter invocado seus instintos e utilizado os recursos disponíveis para decisão logo no início.

Entrevista de stress - Este é simplesmente o pior. Em uma “entrevista stress”, o entrevistador tenta identificar todos os seus pontos fracos e fica testando como se comporta sob pressão e como responde a questões confusas. Fica parecendo somente uma paródia do que uma entrevista deve realmente ser - um encontro entre duas pessoas que estão se olhando para beneficiarem-se mutuamente dentro de suas carreiras. Ao invés disto, as entrevistas com stress trazem para fora todos os pontos negativos do candidato, e cria um cenário de decisões e opiniões com base somente em como reage um indivíduo sob pressão e intensidade. Embora alguns possam vir, através de um “milagre”, impressionar o gerente de contratação, o que acontece com aqueles que não respondem bem a perguntas sob stress? Um ambiente de trabalho por mais intenso que seja, está sempre sob stress? Bons candidatos fatalmente são reprovados nestas condições.

E você? O que acha? Deixe teu comentário.

Escrito por Renato Tavares